Geralmente, durante as revisões obrigatórias realizadas enquanto a garantia dos veículos ainda está em vigor, as concessionárias costumam respeitar as listas estabelecidas pelos fabricantes. No entanto, algumas revendedoras não se contentam em cobrar apenas o valor predefinido e, com o intuito de aumentar seus lucros, inventam a necessidade de serviços adicionais. É nesse contexto que observamos uma evolução na habilidade das concessionárias em enganar os clientes.
Dado que as fábricas costumam fixar os custos dessas revisões, os consultores técnicos têm prontamente à disposição um argumento padrão para justificar os valores adicionais: “O preço anunciado pela fábrica refere-se à revisão padrão. Nós oferecemos uma revisão ‘VIP’ ou ‘super revisão'”. Algumas chegam até mesmo a exibir uma lista de preços na recepção para legitimar essa prática.
Se o cliente concorda, acaba por pagar valores exorbitantes por serviços muitas vezes desnecessários, como limpeza de bicos, do corpo da borboleta da injeção, do tanque de combustível, e lubrificação de portas e maçanetas. A lista de itens supérfluos continua a crescer.
Em virtude da crescente astúcia dos clientes, torna-se cada vez mais desafiador persuadi-los. Alguns consumidores mais prevenidos chegam a levar consigo a lista oficial de itens a serem revisados, contestando a inclusão de serviços adicionais pela oficina.
Diante das reclamações dos clientes, algumas oficinas intensificam seus argumentos e, em casos extremos, chegam a ameaçar os proprietários, alegando que a recusa dos itens extras resultará na perda da garantia do veículo. Essa tática é especialmente empregada em cidades onde a marca possui apenas uma concessionária autorizada, dificultando a possibilidade de procurar serviços em outro local.
Contudo, independentemente das estratégias adotadas, os proprietários dos automóveis têm o poder de expor essas práticas. Nenhuma fabricante cancela a garantia de um veículo apenas porque o cliente recusou a realização de um serviço desnecessário durante a revisão.
O que fazer, então?
Para escapar das artimanhas de algumas concessionárias que têm o hábito de praticar essas táticas, ainda é válido construir uma relação de confiança com um consultor técnico que permita essa abertura. Eu sugiro se aproximar de alguém em quem você confie, garantindo uma comunicação clara e, acima de tudo, não pulando nenhuma etapa de revisão. Isso pode evitar muitas dores de cabeça.
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